O caso de estudo
Ciclicamente, acontece. Desta vez, foi uma jornalista croata que rumou a Lisboa para saber, afinal de contas, o que é que se ganha aderindo ao clube da União. O melhor que pude (influenciei a escolha do cenário, a cosmopolita esplanada da Graça) respondi que ganhámos alguma coisa: uma democracia estabilizada (mas de banda-curta); uma geração estrangeirada e aberta (mas largamente sub-aproveitada e com empregos precários); fronteiras escancaradas (mas muita biometria para nos controlar); muito dinheiro para a mirífica coesão (esbanjado em vaidades de novo-rico, e outras ainda menos proveitosas para o bem comum). Ao fim de várias horas de conversa, creio que me restava uma dúvida ainda maior do que as pequenas perplexidades da minha interlocutora (das quais a existência de centenas de rotundas nas pequenas cidades do interior não era a menor). Será intelectualmente honesto apresentar a União Europeia pelo pequeno exemplo português? E, tantos anos depois, o que faz de Portugal o exemplo prático que os novos candidatos querem conhecer?
PP
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